Olá, Achei um tempo para escrever. Então Vamos lá
Na estrada....
Após seis dias em Hanoi, Sul do Vietnã, parti em direção a capital do Cambodia. O percurso até a fronteira foi bastante confortável, apenas eu e mais um casal no ônibus. Atravessando a fronteira trocamos de ônibus e lá estariam por vir mais algumas centenas de quilômetros. Era impossível não comparar o Vietnã com o Cambodia, por mais que o Vietnã também seja um país em desenvolvimento, o Cambodia logo nas primeiras horas, já apresentava faces da pobreza e esquecimento. Por outro lado, quanta gentileza, simpatia e amor. Que povo! Fui muito bem recebido por todos os lugares que passei.
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Foto tirada na capital Phnom Penh. Setembro - 2014. |
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Foto tirada na capital Phnom Penh. Setembro - 2014. |
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Foto tirada em Siem Reap. Setembro - 2014. |
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Foto tirada na capital Phnom Penh. Setembro -2014. |
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Foto tirada na capital Phnom Penh. Setembro - 2014. |
No Cambodia, não tive tempo de sentir as cidades pulsarem. Achava bacana chegar nas cidades, me organizar, pesquisar as atrações turísticas, conversar com os locais e mochileiros, e posteriormente decidir o que fazer nos dias seguintes. No mínimo cinco dias eram necessários para cumprir esse ritual. Essa experiência foi diferente. Cheguei já com a programação em mente e em 10 dias visitei Phnom Penh, Sihanoukville e Siem Reap. Não recomendo e não faria novamente, turismo para ver apenas atrações turísticas e tirar fotos não é comigo. Em dez dias não fiz amizades com os locais, não consegui repetir o que tinha feito nos países anteriormente visitados.
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Foto tirada em algum lugar entre Phnom Penh e Siem Reap. Setembro - 2014. |
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Foto tirada na capital Phnom Penh. Setembro - 2014. |
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Foto tirada em Siem Reap. Setembro - 2014. |
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Foto tirada em Siem Reap. Setembro - 2014. |
Questão Social
Para um professor de História era impossível não estabelecer relações, não procurar explicações. Diante tal realidade, confesso que o sentimento de revolta, de impotência tomou conta de mim. Para um brasileiro, se deparar com injustiça social e pobreza não seria novidade alguma, mas aquele problema não é só do Cambodia, a questão é humanitária. É revoltante entender como o mundo fecha os olhas para tamanha violência.
Seguem alguns dados:
- Cerca de 40% da população infantil vive em condições de pobreza.
- Em 1999, a esperança de vida era de 49,8 anos para os homens e 46,8 anos para as mulheres. Hoje é de 61% para homens e 65% para as mulheres.
- Taxa de mortalidade infantil da Camboja: total: 54,mortes para cada 1.000 nascimentos. O número recomendado pela Unesco é de 10 mortes para cada 1000 nascimentos.
Mais sobre o Cambodia em: http://odm-turma3.blogspot.com.br/p/camboja.html
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Foto tirada na noite de Siem Reap. Setembro/ 2014. |
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Foto tirada na capital Phnom Penh. Setembro/ 2014. |
A máxima meritocrata diz que devemos ignorar os números acima e não devemos dar o peixe e sim ensinar a pescar. Ok.... visitem o Cambodia! Como explicar tanta pobreza? Será que todos não se esforçaram o suficiente e por isso não conseguiram vencer na vida? Ou será que são preguiçosos? Como explicar isso?!
Os neoliberais, seguindo o conselho de Margaret Thatcher e papai Ronald Reagan, diriam que o Estado do Cambodia e as demais potências imperiais não devem intervir na economia e a implantação de políticas públicas que oferecem assistência a população é um erro. O que fazer então? Alguma alternativa?
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Foto tirada na capital Phnom Penh. Setembro - 2014. |
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Foto tirada na capital Phnom Penh. Setembro - 2014. |
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Foto tirada na capital Phnom Penh. Setembro - 2014. |
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Foto tirada em Phnom Penh - Mercado Municipal. |
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Foto tirada em Phnom Penh - Mercado Municipal. |
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Hora do lanche - 2 dolares |
Um pouquinho de História...
Um Genocídio esquecido. Pol Pot, o Stalin do Cambodia.
Na capital, Phnom Penh, meu objetivo era conhecer e visitar algumas instalações que relatam o trágico período da história no Cambodia em o país foi submetido a um regime totalitário. Entre 1975 e 1979, Pol Pot, liderando do Partido Comunista do Cambodia, após tomar o poder e depor o governo vigente, tratou de eliminar toda a qualquer lembrança da cidade de Phnom Penh com o antigo regime. Milhões de cambodianos que viviam na capital forma obrigados a deixar a cidade, médicos, advogados, professores, mecânicos, todos foram obrigados a ir para o interior trabalhar como camponeses. Pol Pot acreditava que o país deveria voltar a ter uma economia agrária para consequentemente chegar a revolução. Com a evacuação forçada das cidades, o Pol Pot, praticamente cortou toda e qualquer ligação material que a população tinha com o regime antigo.
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Tradução: Aqui era o lugar onde os caminhões que transportavam as vítimas que iriam ser executadas estacionavam. Os caminhões chegavam 2 ou 3 vezes por mês ou a cada 3 semanas. Cada caminhão trazia 20 ou 30 prisioneiros de olhos vedados e em silêncio.
Quando o caminhão chegava as vítimas eram diretamente encaminhadas para serem executadas nas valas e poços ou eram encaminhadas para sombrias prisões no campo.
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Esse local era um vala comum. Ali foram encontrados mais de 150 corpos decapitados. Hoje turistas prestam suas homenagens deixando suas pulseiras penduradas no cercado. |
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Assim como os demais, deixei minha homenagem às vítimas. |
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Essa árvore era utilizada para assassinar crianças e recém nascidos. Suas cabeças eram postas contra a árvore e posteriormente golpeada com um machado ou martelo. Hoje turistas prestam suas homenagens deixando suas pulseiras penduradas na árvore. |
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Tradução: Sala de armas
Esse era o lugar onde as armas como barra de ferro, machados, facas, enxadas, picaretas eram guardados. A sala foi construída com madeira e telhado de aço galvanizado. |
A tradução acima mostra a brutalidade dos assassinatos. Matava-se com barras de ferro e pau, martelos, facas, picaretas, tudo o que vocês possa imaginar. O objetivo era economizar com munição. Veja as fotos abaixo.
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Instrumentos utilizados para matar. |
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Adicionar legenda |
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Ferimentos nos crânios das vítimas causados pelos golpes de Pol Pot. |
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Valas comuns encontradas com mais de 300 corpos. |
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Monumento construído para homenagear as vítimas do genocídio. |
Em Siem Riep tratei de conhecer os famosos templos budistas de Angkok. Angkor War é o mais famoso, é enorme, construído entre os séculos X e XV, o templo tem aproximadamente 3 quilometros de extensão.
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Angkor War templo - Siem Reap. |
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Angkor War templo - Siem Reap. |
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Angkor War templo - Siem Reap. |
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Ta Prohm - Templo onde cenas do filme Tomb Raider foram gravadas. |
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Templo Ta Prohm |
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Ta Prohm |
Paraíso
O barato de fazer uma mochilão é não saber como seu mochilão vai acabar, eu escolhi fazer assim. Quando estava na Indonésia (Bali) fiz amizade com um grupo de ingleses e a recomendação dada ao visitar o Cambodia era procurar por uma ilha chamada Koh Rong. A pequena ilha é uma paraíso, está localizada apenas a 2 horas de barco de Sihanoukville. Areia branca e água limpa. As imagens dizem tudo.
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Koh Rong |
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Koh Rong |
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Koh Rong |
Thanks Cambodia. lol
Dicas
Transporte: Se puder pagar por um ônibus melhor, pague. Se puder voar entre o Vietnã ou Tailândia para o Cambodia também é uma boa. Caso decidir por ônibus é desencanar e curtir a trip.
Segurança: Tomar cuidado com seus pertences, celulares, bolsas, coisas do tipo. Mas não encana com isso, só não vacila como eu fiz.
Acomodação: Ficar em Hostel sempre.
Que Show sua experiência Wallace !!! Tenho muita vontade de fazer um mochilão!! Amei ❤️ E eu tbm fico inconformada... Como nós humanos conseguimos ver um irmão sofrer e passar por necessidades, e não sentir vontade de fazer parte da mudança !! Mas fico feliz em ler essas coisas, me faz lembrar dos grandes professores que nos inspiraram a sermos pessoas melhores no mundo !! Gratidao por todo conhecimento passado adiante 🙏🏾🙌🏾
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