Tuesday, November 17, 2015

O Camboja - paraíso e meritocracia.

Olá, Achei um tempo para escrever. Então Vamos lá


Na estrada....


Após seis dias em Hanoi, Sul do Vietnã,  parti em direção a capital do Cambodia. O percurso até a fronteira foi bastante confortável, apenas eu e mais um casal no ônibus.  Atravessando a fronteira trocamos de ônibus e lá estariam por vir mais algumas centenas de quilômetros. Era impossível não comparar o Vietnã com o Cambodia, por mais que o Vietnã também seja um país em desenvolvimento, o Cambodia logo nas primeiras horas, já apresentava  faces da pobreza e esquecimento. Por outro lado, quanta gentileza, simpatia e amor. Que povo! Fui muito bem recebido por todos os lugares que passei.

Foto tirada na capital Phnom Penh.  Setembro - 2014. 

Foto tirada na capital Phnom Penh.  Setembro - 2014.

Foto tirada em Siem Reap.  Setembro - 2014.

Foto tirada na capital Phnom Penh.  Setembro -2014.

Foto tirada na capital Phnom Penh. Setembro -  2014.


No Cambodia, não tive tempo de sentir as cidades pulsarem. Achava bacana chegar nas cidades, me organizar, pesquisar as atrações turísticas, conversar com os locais e  mochileiros,  e posteriormente decidir o que fazer nos dias seguintes. No mínimo cinco dias eram necessários para cumprir esse ritual. Essa experiência foi diferente.  Cheguei já com a programação em mente e em 10  dias visitei Phnom Penh, Sihanoukville e Siem Reap. Não recomendo e não faria novamente, turismo para ver apenas atrações turísticas e tirar fotos não é comigo. Em dez dias não fiz amizades com os locais, não consegui repetir o que tinha feito nos países anteriormente visitados.  


Foto tirada em algum lugar entre Phnom Penh e Siem Reap.  Setembro - 2014.


Foto tirada na capital Phnom Penh. Setembro -  2014.

Foto tirada em Siem Reap.  Setembro - 2014.

Foto tirada em Siem Reap.  Setembro - 2014.


Questão Social 

Para um professor de História era impossível não estabelecer relações, não procurar explicações. Diante tal realidade, confesso que o sentimento de revolta, de impotência tomou conta de mim. Para um brasileiro, se deparar com injustiça social e pobreza não seria novidade alguma, mas aquele problema não é só do Cambodia, a questão é humanitária. É revoltante entender como o mundo fecha os olhas para tamanha violência. 


Seguem alguns dados: 

  • Cerca de 40% da população infantil vive em condições de pobreza.
  • Em 1999, a esperança de vida  era de 49,8 anos para os homens e 46,8 anos para as mulheres. Hoje é de 61% para homens e 65% para as mulheres.
  • Taxa de mortalidade infantil da Camboja: total: 54,mortes para cada 1.000 nascimentos. O número recomendado pela Unesco é de 10 mortes para cada 1000 nascimentos. 
Mais sobre o Cambodia em: http://odm-turma3.blogspot.com.br/p/camboja.html

Foto tirada na noite de Siem Reap. Setembro/ 2014.

Foto tirada na capital Phnom Penh. Setembro/ 2014.
A máxima  meritocrata diz  que devemos ignorar os números acima e não devemos dar o peixe e sim ensinar a pescar. Ok.... visitem o Cambodia! Como explicar tanta pobreza? Será que todos não se esforçaram o suficiente e por isso não conseguiram vencer na vida? Ou será que são preguiçosos? Como explicar isso?! 

Os neoliberais, seguindo o conselho de Margaret Thatcher e papai Ronald Reagan, diriam que o Estado do Cambodia e as demais potências imperiais não devem intervir na economia e a implantação de políticas públicas que oferecem assistência a população é um erro. O que fazer então? Alguma alternativa? 

Foto tirada na capital Phnom Penh. Setembro - 2014.
Foto tirada na capital Phnom Penh. Setembro - 2014.
Foto tirada na capital Phnom Penh. Setembro - 2014.

Foto tirada em Phnom Penh - Mercado Municipal. 
Foto tirada em Phnom Penh - Mercado Municipal.

Hora do lanche - 2 dolares



Um pouquinho de História... 


Um Genocídio esquecido. Pol Pot, o Stalin do Cambodia. 

Na capital, Phnom Penh, meu objetivo era conhecer e visitar algumas instalações que relatam o trágico período da história no Cambodia em o país foi submetido a um regime totalitário. Entre 1975 e 1979, Pol Pot, liderando do Partido Comunista do Cambodia, após tomar o poder e depor o governo vigente, tratou de eliminar toda a qualquer lembrança da cidade de Phnom Penh com o antigo regime. Milhões de cambodianos que viviam na capital forma obrigados a deixar a cidade, médicos, advogados, professores, mecânicos,  todos foram obrigados a ir para o interior trabalhar como camponeses. Pol Pot acreditava que o país deveria voltar a ter uma economia agrária para consequentemente chegar a revolução. Com a evacuação forçada das cidades, o Pol Pot, praticamente cortou toda e qualquer ligação material que a população tinha com o regime antigo. 


Tradução: Aqui era o lugar onde os caminhões que transportavam as vítimas que iriam ser executadas estacionavam.  Os caminhões chegavam 2 ou 3 vezes por mês ou a cada 3 semanas. Cada caminhão trazia 20 ou 30 prisioneiros de olhos vedados e em silêncio. 
Quando o caminhão chegava as vítimas eram diretamente encaminhadas para serem executadas nas valas e poços ou eram encaminhadas para sombrias prisões no campo. 

Esse local era um vala comum. Ali foram encontrados mais de 150 corpos decapitados. Hoje turistas prestam suas homenagens deixando suas pulseiras penduradas no cercado. 
Assim como os demais,  deixei minha homenagem às vítimas. 

Essa árvore era utilizada para assassinar crianças e recém nascidos. Suas cabeças eram postas contra a árvore e posteriormente golpeada com um machado ou martelo. Hoje turistas prestam suas homenagens deixando suas pulseiras penduradas na árvore. 

Tradução: Sala de armas
Esse era o lugar onde as armas como barra de ferro, machados, facas, enxadas, picaretas eram guardados. A sala foi construída com madeira e telhado de aço galvanizado.  


A tradução acima mostra a brutalidade dos assassinatos. Matava-se com barras de ferro e pau, martelos, facas, picaretas, tudo o que vocês possa imaginar. O objetivo era economizar com munição. Veja as fotos abaixo. 



Instrumentos utilizados para matar. 

Adicionar legenda



Ferimentos nos crânios das vítimas causados pelos golpes de Pol Pot. 


Valas comuns encontradas com mais de 300 corpos. 






Monumento construído para homenagear as vítimas do genocídio. 


Em Siem Riep tratei de conhecer os famosos templos  budistas de Angkok. Angkor War é o mais famoso, é enorme, construído entre os séculos X e XV, o templo tem aproximadamente 3 quilometros de extensão. 


Angkor War templo - Siem Reap. 

Angkor War templo - Siem Reap.

Angkor War templo - Siem Reap.



Ta Prohm - Templo onde cenas do filme Tomb Raider foram gravadas. 

Templo Ta Prohm 


Ta Prohm






Paraíso

O barato de fazer uma mochilão é não saber como seu mochilão  vai acabar, eu escolhi fazer assim. Quando estava na Indonésia (Bali)  fiz amizade com um grupo de ingleses e a recomendação dada ao visitar o  Cambodia  era procurar por uma ilha chamada Koh Rong. A pequena ilha  é uma paraíso, está localizada apenas a 2 horas de barco de Sihanoukville. Areia branca e água limpa. As imagens dizem tudo.  





Koh Rong 

Koh Rong

Koh Rong

Thanks Cambodia. lol 



Dicas 

Transporte: Se puder pagar por um ônibus melhor, pague. Se puder voar entre o Vietnã ou Tailândia para o Cambodia também é uma boa. Caso decidir por ônibus é desencanar e curtir a trip. 

Segurança: Tomar cuidado com seus pertences, celulares, bolsas, coisas do tipo. Mas não encana com isso, só não vacila como eu fiz. 

Acomodação: Ficar em Hostel sempre. 




1 comment:

  1. Que Show sua experiência Wallace !!! Tenho muita vontade de fazer um mochilão!! Amei ❤️ E eu tbm fico inconformada... Como nós humanos conseguimos ver um irmão sofrer e passar por necessidades, e não sentir vontade de fazer parte da mudança !! Mas fico feliz em ler essas coisas, me faz lembrar dos grandes professores que nos inspiraram a sermos pessoas melhores no mundo !! Gratidao por todo conhecimento passado adiante 🙏🏾🙌🏾

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